Just the basic facts…

Olá a todos e bem vindos novamente ao Back to penny lane!

Nos últimos tempos tenho tido muita vontade de atualizar o blog, ando tendo diversas idéias: Novas colunas, álbuns para fazer análises, músicas para o random songs…
Entretanto estou enfrentando certa falta de tempo que impossibilita de colocar certos projetos mais extensos (como analisar álbuns, como fiz com o Sgt. Peppers, dá MUITO trabalho mesmo) e muita coisa acaba não saindo do papel,

Hoje trago então um post diferente, mais curto e menos trabalhoso.
Foi uma idéia conjunta que surgiu em uma conversa entre eu e um dos leitores do blog (aliás, tenho mais leitores!!!)

Música é mais do que apenas um agrupamento de notas, música também pode ser relacionada a sensações, sentimentos, memórias… Dessa forma uma mesma música pode ter um efeito completamente diferente sobre cada um.
Portanto hoje vou expor duas faixas. Mas não irei falar sobre elas (não mais que minimamente). Essa tarefa cabe a você. Eu quero saber o que você achou da música, o que ela te lembra, que tipo de sensação ela proporciona, em que tipo de situação você a escutaria. Dê sua crítica, sua opinião, filosofe sobre as músicas em questão. Utilize os recursos que quiser (como procurar a letra da música, ler sobre ela em algum lugar), vale tudo. E depois me passe o que achou pelos métodos que quiser: comentário, msn, twitter, orkut, pm na 1upsmash, telefone, sms, falar comigo pessoalmente…
Assim que receber algumas respostas atualizarei o post.

A primeira música será Your possible pasts do Pink Floyd. Sim, eu sei que a música é de um álbum conceitual (The Final Cut. Que aliás, também sei que não é um dos melhores trabalhos de Pink Floyd) e que ela faz parte da seção Opera-Rock do álbum sobre a vida pós-guerra de um veterano da 2a GM. Mas acredito que ela em especial possa se extrair algo dela também ao examina-la individualmente.

Don’t you think we should be closer?

A outra música foi meio difícil de se escolher. A princípio eu usaria The Wall do Kansas, mas isso deixaria o post progressivo demais. Portanto temos Cold Turkey de John Lennon.

Cold Turkey has got me on the run

Prometo um post “melhor” da próxima vez e aguardo a resposta vocês. Até a próxima!!

In my life…

Olá a todos e bem vindos novamente ao Back to Penny Lane. Hoje pretendo fazer um post meio diferente: Falarei um pouco sobre mim. Não se preocupem, não abandonarei a premissa do blog, de forma alguma! A intenção do post é mostrar como vim a gostar tanto de música e como ela se tornou essencial em meu dia a dia.

Acredito que um fator de extrema influência no gosto musical são os pais e suas preferências. Bem, minha mãe nunca “tolerou” muito bem música, sempre reclamando de fortes dores de cabeça quando ouvia qualquer coisa por mais de (!) 5 minutos. Tinha uma queda por música clássica (algo que ela conseguia ouvir por mais de, pasme, meia hora) e acabou sendo isso que eu mais escutava na presença dela.

Meu pai era totalmente o oposto: não conseguia ficar sem música. De preferência no máximo. Só havia um pequeno problema: para ele, caso estivesse fazendo barulho alto, tava valendo. O que o levou a ir não só em todos os rock in rio (que houveram no Brasil), no show do Roger Waters, dos Stones(argh), da Cássia Eller e em todos os shows do capital inicial que houveram no Rio, mas também em diversos shows do Zeca Pagodinho, do Rappa, do Frank Aguiar… Melhor parar antes de queimar demais o filme dele. Meu pai também não era o que você chamaria de “conhecedor” de música: Se soubesse o nome do vocalista, do guitarrista ou das três músicas mais conhecidas de alguma banda era algo para ficar surpreso. Incontáveis foram as vezes em que, ao tocar uma música no rádio ele dizia: “Ih, isso é Led!”. A resposta quando eu perguntava o nome da música era sempre a mesa: “Ah, sei lá, o nome não importa, o que importar é o que a música faz dentro de você cara! Só se deixa levar e esquece esses detalhes!”. O mais engraçado é que só andar com meu pai me fazia conhecer diversas bandas… pelo nome, já que ele tem uma coleção imensa de camisas de rock, mesmo sem conhecer nem duas músicas de cada grupo (da última vez que eu olhei ele tinha 5 camisas do Pink Floyd, 2 do Jimi Hendrix, 7 do Led Zeppelin, uma do Ozzy, 3 da Janis Joplin, uma do Eric Clapton, uma do Sex Pistols, uma do Blink-182, argh, e várias avulsas que eu não consigo lembrar). Entretanto, em minhas andanças de carro com ele (quando ouvíamos música juntos), tudo que escutávamos era música eletrônica (que nunca gostei muito) e Kenny G (que acabou de certa forma me influênciando e seu Smooth Jazz fez com que mais tarde eu tomasse bastante gosto por diversos estilos de Jazz).

Quando criança não manifestei muito interesse pela música. Talvez por conviver muito com minha mãe, praticamente alérgica a ela, talvez por ser cabeça dura demais, não sei ao certo. Não gostava da maior parte da música “atual” da época (aliás, isso nunca mudou, mas detalhes, detalhes…). E talvez isso continuasse assim, se, com 8 anos de idade eu não tivesse ganho um playstation. Os leitores devem estar se perguntando: “O que diabos um video-game poderia fazer para estabelecer um gosto musical?!”. A princípio nada, eu apenas jogava… e só. Algum tempo mais tarde, com meu nível de inglês mais elevado, joguei dois jogos com uma story-line impressionante: Metal Gear Solid e Final Fantasy VIII. Destes, o último me impressionou também devido a música (não que a música de Metal Gear seja ruim, não me entendam mal!). Não era como nada que eu tinha ouvido até aquele momento! A opera de abertura, “Libera Fatali”, com seus crescendos instrumentais climáticos. A música tema, “Eyes on me”, com sua letra marcante e sua suavidade… As músicas em geral ao longo do jogo impressionaram a criança ingênua que eu era. E ao jogar qualquer outro jogo eu passei a considerar a música como um dos fatores cruciais na hora de definir a qualidade. O tempo foi passando e eu fui jogando outros jogos da série Final Fantasy, sempre gostando de cada trilha sonora de cada jogo. E em 2002 eu conheci, através da internet, a “The Black Mages”, a banda que por algum tempo ocuparia o posto de minha favorita, até algum tempo depois uma outra banda roubar este posto de vez.

Para quem não sabe, o “The Black Mages” é uma banda de rock progressivo japonesa que tem como líder Nobuo Uematsu, compositor da maior parte das músicas de Final Fantasy. A banda toca apenas arranjos de rock progressivo dos jogos da série. Não é nem preciso dizer que enlouqueci. Imaginem alguém que só conhece rock por alto se deparar com o progressivo. É amar ou odiar. E eu amei. Os dedilhados rápidos e impossíveis de Nobuo no orgão, os solos intermináveis de guitarra, tudo jogou as músicas que eu estava acostumado a ouvir em um plano totalmente diferente. Naquele momento eu comecei a ir além da função óbvia de cada membro em uma banda, comecei a tentar pesquisar e me aprofundar. Sem muito sucesso, claro. Mas a música ganhou uma importância que não tinha antes.

Comecei a querer escutá-la fora de casa. Arranjei um walk-man antigo da minha mãe e gravei uma fita com o áudio das caixas de som do computador. Logicamente a qualidade ficou uma bela porcaria. Não demorou para eu comprar um disc-man e começar a gravar Cd’s. Na época os disc-mans com suporte a Mp3 eram poucos e caros, portanto meus Cd’s tinham em média incríveis 8 músicas! Fui ganhando Cd’s, alguns gostava, outros nem tanto. Me recordo especialmente de dois cd’s que meu pai me deu de presente: Um da Cássia Eller e outro do Cazuza. Infelizmente ambos foram perdidos quando me mudei, anos depois.

Passei algum tempo fazendo malabarismos para a pilha do meu disc-man durar mais e parar encaixar mais músicas em um CD. Tentei escutar rádio mas poucas estações me agradavam. Uma vez, acidentalmente, brincando com o dial do som da casa da minha avó (que mais tarde viria se tornar minha vitrola) acabei sintonizando uma estação AM que tocava uma maratona de uma certa banda dos anos 60. Achei o som muito diferenciado, os vocais alternados me deixaram estupefato. Corri logo para quem eu julgava o maior conhecedor de música da época: meu pai. E ele se utilizou de sua técnica infalível para me dizer o nome da banda: “Ah, isso é Beatles!”

Quero deixar claro que eu já havia ouvido falar nos Beatles. Já havia ouvido os Beatles, em uma aula de inglês, quando não me interessava muito por música. Eu sabia que a banda tinha certa importância histórica. Mas nunca tinha parado com calma para ouvir nenhuma música deles. Na mesma hora achei incrível. Tinha que ouvir mais, queria ouvir mais. Comecei a pesquisar sobre a banda: Tinham 13 álbuns de estúdio e mais diversos singles. Em comparação, a The Black Mages tinha apenas dois álbuns (hoje tem três, mas isso não vem ao caso). Era muita música e eu não sabia o que ouvir, comecei baixando as mais famosas. Só que só tinha um detalhe: Na época não era tão fácil achar músicas para se baixar (ou ao menos eu não achava fácil) e a velocidade da minha internet era uma porcaria.

Final de 2004 eu fui visitar um amigo de Minas que estava hospedado no Catete. Ao andar pela rua com ele vi um camelô vendendo um CD em Mp3 com “centenas de músicas dos Beatles”. Sem pensar duas vezes comprei e finalmente pude fazer o que queria: escutar todas as músicas da banda que tinha me fascinado tanto. Não consigo contar o número de vezes que ouvi aquele CD, só lembro que cada vez que acabava cada álbum gostava mais e mais de Beatles. Logo meu disc-man já não dava conta de meus CD’s gravados e eu implorei a meus pais por um Ipod como presente. Pedido atendido no meu aniversário de 15 anos (Ipod este que tenho até hoje, sempre em uso!). Comecei a ouvir mais e mais Beatles e pesquisar mais e mais sobre a banda, li livros e livros sobre o assunto, aprendi a apreciar uma boa linha de baixo e aprender cada vez mais sobre os Fab Four. Fiquei orfão toda vez que escutava o acorde final de “Get Back” (que para os que não sabem é a música que fecha o álbum Let it Be), ri junto com a banda toda vez que escutava “I am the Walrus”, torci para Rocky conseguir sacar a arma primeiro toda vez que ouvi “Rocky Racoon”. Comecei a ir em shows de bandas cover. Comecei também a fazer aulas de teclado para tentar tocar as músicas que gostava e ter mais visão. Um ano após ter descoberto Beatles eu já era Beatlemaníaco. E o CD que começou tudo? Se tornou obsoleto, eu o dei de presente para que pudesse servir a outros como serviu para mim. E tenho certeza que está em exelentes mãos agora.

Mas eu tinha sede de mais. Já havia escutado todos os álbuns de estúdio milhares de vezes, já havia ouvido todos os singles também. Já conhecia a maior parte da história dos Beatles, com os mínimos detalhes. Mergulhei então na carreira solo de John, Paul, George e Ringo.

Naquele momento eu escutei apenas músicas avulsas de John, George e Ringo, gostando bastante. O álbum “Wings at the Speed of Sound” me introduziu a banda solo de Paul McCartney, que hoje ocupa o posto de segundo lugar em minha lista de bandas favoritas.

Não demorou muito tempo e eu, meio que atrasado, soube do projeto Anthology. “Free as a Bird” e “Real Love” me deram arrepios na espinha, eu não conseguia acreditar que tais músicas pudessem existir, que o sonho dos Beatles pudesse continuar, nem que por mais algum curto tempo. E as outras versões das músicas que eu já tanto conhecia presentes em cada um dos três álbuns… Nossa, não há nem como descrever.

Fui atrás então de cada coisa gravada pelos Beatles. Bootlegs, álbuns de coletâneas, O Live at BBC, tudo. Comecei a comprar vinis da banda (isso em 2006) com o intuito de ter a discografia completa em vinil e escutar. Mas não queria me prender somente a Beatles. Em consequência de ouvir as músicas dos quatro de Liverpool eu já ouvia bastante rock, mas somente as músicas mais conhecidas, sem me aprofundar. Fui atrás de meu pai para perguntar sobre as bandas que ele me recomendava ouvir. Ele sugeriu Led Zeppelin, Pink Floyd, Dipuple(que só esse ano descobri ser Deep Purple ao meu pai entrar no quarto enquanto estava tocando “Smoke on the Water” e falar: “Ih, isso é Dipuple!!!”), Jimi Hendrix e Eric Clapton(dentro e fora do Cream). E me falou para eu não escutar Queen porque o vocalista cantava “com uma voz muito estranha e duvidosa”. Imediatamente comecei a escutar e aprender mais sobre essas bandas (e dei uma de garoto rebelde e escutei Queen mesmo assim, lembro de escutar Bohemian, Another one bites the dust e Killer Queen no primeiro dia). E logo fui gostando mais e mais de cada uma delas. E descobrindo outras, como Creedence Clear Water Revival. Comecei a comprar Lp’s de rock em geral e aprendi muito sobre a história da música. Em idas a lojas de discos acabei descobrindo Kansas e Boston. Cd’s antigos me lembraram da existência de Bob Dylan e Simon and Garfunkel. Bandas como The Eagles e Steppenwolf vieram graças pesquisa ou indicações de amigos. E assim por diante… Aos poucos fui expandindo meu escopo musical e aprendendo cada vez mais.

Passados 2-3 anos uma notícia bombástica: Os álbuns dos Beatles seriam lançados remasterizados em CD. Dizer que fiquei ansioso é pouco. E no dia do lançamento eles ainda não tinham chegado no Brasil. A espera foi cruel. Até que finalmente pude por as mãos em meu Abbey Road, o primeiro dos remasterizados que comprei (na verdade ganhei de presente, mas que seja). E quando eu escutei… Outra vez não tenho palavras para descrever o quão impressionante achei a diferença. A equalização perfeita, a clareza maior nos vocais e nos intrumentos, as linhas de baixo e bateria mais definidas, a qualidade superior… Além dos álbuns em si serem lindos. E para completar, no mesmo período foi lançado Rock Band Beatles…

Hoje tenho aproximadamente 150 Lp’s, e com o número sempre crescendo. Gosto cada vez mais de música, se é que isso é possível.
Estou esquecendo alguma coisa? Ah sim: Nunca gostei de Stones. Ha!

To the toppermost of the poppermost! Pt.2

Algum (muito) tempo depois, de volta a postar
Vamos dar sequência então a nosso top 10?

#5 Shaved Fish (John Lennon and the Plastic Ono Band – 1975)

Um “álbum de compilações”. É isso que Shaved Fish é: uma coletânea de singles de John Lennon. Normalmente eu não colocaria um álbum desse estilo em uma lista como essa, prefiro dar preferência aos “studio albuns”. Mas tenho que abrir uma exceção. Porque Shaved Fish é muito bom. Reúne algumas das melhores e mais conhecidas composições de John em sua carreira solo(a única coisa que ficou faltando foi seu cover de “Stand by Me”). A arte do álbum também é de matar. A sequência das músicas também ficou ótima, parece fluir de forma natural. E para completar, o álbum é raro. Está esgotado em todos formatos. Por algum golpe de sorte eu comprei um exemplar por um valor insignificante (4 reais, vejam só!) de algum desorientado que vende Lp’s na minha faculdade (e que sempre que me encontra tenta me empurrar um Great Ball’s of Fire pelo mesmo valor, mas isso é outra história).

#4 Back to the Egg (Paul McCartney & Wings – 1979)

Primeio álbum do Wings a aparecer nessa lista. Antes de mais nada, gostaria de esclarecer que vou creditar tudo que aparecer de Wings a Paul McCartney & Wings para não gerar confusão. Esse o último álbum da primeira banda de Paul pós Beatles (e a única em que, apesar de ter Paul como líder, não funcionava apenas como “backing band”). O álbum também é um dos mais injustiçados do Wings pela crítica, principalmente pela progressão meio que estranha das faixas. Mas é um disco ótimo, com “straight rockers” e faixas bem criativas e interessantes (além do trabalho de baixo de Paul, que não necessita de comentários). Não se deixem levar pela crítica, esse álbum contém algumas gemas que não se deve deixar passar!

Antes de continuar com o top 10, tenho algo a dizer: Vocês realmente acharam que eu ia conseguir fazer uma lista de álbuns da carreira solo de TODOS OS QUATRO Beatles e não ia chegar a um “empate”? Tsc,tsc… Bem, por isso a posição 3 será dividida entre…

#3 London Town (Paul McCartney & Wings – 1978)

E…

#3 Cloud Nine (George Harrison – 1987)

Irei falar primeiro de London Town. Penúltimo álbum de Paul com Wings, foi gravado durante a terceira gravidez de Linda, quando Joe English e Jimmy McCulloch sairam da banda, levando o Wings de volta a formação original de Paul – Linda – Denny. O álbum que se seguiu é um soft rock bem peculiar, gravado em lugares igualmente curiosos (como nas ilhas virgens a bordo de um iate). Sempre me pareceu um disco para se ouvir em uma manhã de domingo chuvosa, mas um amigo meu gosta muito de ouvi-lo quando está de ressaca. Vai entender… O álbum possui o conhecido “With a little luck” e várias baladas e country rocks. Se você quer um rock agitado e violento não pegue esse álbum, se uma palavra o descreve ela é suavidade. Na data de seu lançamento estava acontecendo o advento do punk, porém London Town conseguiu fazer frente ao novo estilo “rápido, alto e agressivo”.

Passando a Cloud Nine, não se deixe enganar por sua capa. Eu já me deixei enganar uma vez em uma loja de Lp’s e hoje me arrependo profundamente. Ok, eu não tenho idéia de do que passava na cabeça do George quando ele tirou uma foto tão tosca, muito menos o que o fez coloca-la como capa de seu álbum. Mas só posso dizer uma coisa: Ele é fantástico. Tanto nos vocais de George quanto em sua criatividade como compositor. A guitarra do álbum também é excelente e praticamente grita “George Harrison!”. Depois de cinco anos sem gravar, insatisfeito com o rumo da indústria, George resolveu gravar esse álbum, com a ajuda de alguns convidados em algumas faixas (como Ringo e Eric Clapton. Paul oi chamado para When we was Fab, uma música aonde George fala dos tempos da Beatlemania, mas não pode comparecer). O álbum fecha com o cover totalmente explosivo do ex-Beatle da música “I’ve got my mind set on you”. Infelizmente foi o último álbum de estúdio da carreira do músico enquanto esse ainda estava vivo

#2 Wings at the Speed of Sound (Paul McCartney & Wings – 1976)

E chegamos a um dos meus álbuns favoritos do Wings, considerado mediano pela crítica, pela sua falta de consistência/progressão (injustamente) e aclamado pelos fãs. É um álbum que praticamente berra Wings, com vocais, baixo e bateria muuuuito característicos. É um álbum totalmente democrático também, com muitas faixas sem o Paul nos vocais principais ou escritas por outros membros da banda. De Let’em in até Silly Love Songs, o álbum é qualidade pura, mesclando estilos diferentes (Compare Beware my Love com She’s my baby por exemplo). O único ponto fraco que eu consideraria seria “Cook of the house”. Mas não é que seja uma faixa ruim: ela simplesmente não parece estar no nível das outras. Pouco após o lançamento do álbum, Paul embarcou em turnês, algo que não fazia desde que os Beatles pararam de se apresentar ao vivo

Vou ter que dividir o espaço de primeiro lugar nesse top 10, peço desculpas novamente. É, acontece.

#1 Venus and Mars (Paul McCartney & Wings – 1975)

E

#1 Band on the Run (Paul McCartney & Wings – 1973)

Venus and Mars… O quê posso dizer sobre esse álbum? Um dos seus pontos fortes eu diria que é a progressão: quase que perfeita. Ambos os lados abrem com a música título (sendo o lado B a “reprise”). Logo em seguida temos um rocker (O fantástico, arrasador e upbeat rock show no lado A e Spirits of Ancient Egypt no lado B). Daí o resto das músicas flui naturalmente, com uma emendando na outra de forma extremamente natural. Temos “Magneto and Titanium Man”, baseada em personagens dos quadrinhos favoritos de seus filhos, “Call me back again” com vocais e parte instrumental dignas de nota, “Letting Go” com ritmo, baixo, vocais e guitarras no mínimo viciantes (sem nem falar da letra). “Medicine Jar”, composta pelo guitarrista Jimmi McCulloch, passa uma mensagem anti-drogas de uma forma seca (I know how you feel now your friends are dead. Dead on your feet you won’t get far if you keep up sticking your hand in a medicine jar) apesar do ritmo acelerado. Ironicamente Jimmi morreu de overdose, mas é melhor deixar isso pra lá.
Para finalizar Listen to what the man said/Treat her gently/Lonely old people formam um bloco de músicas mostram que Paul jamais deixou de ser um romântico incorrigível. Considero este um daqueles álbuns que se deve escutar por inteiro para se ter a “experiência completa”. Algo mais a dizer? Ah, sim: Venus and Mars are alright tonight.

Band on the run é considerado fácilmente um dos melhores álbuns do Wings (se não o melhor) além de também um dos melhores trabalhos da carreira solo de Paul. Logo depois do sucesso do álbum anterior, Red Rose Speedway, e do tema de um dos filmes de James Bond, Live and let Die (ei, não cantarole a música enquanto lê o post do blog!), Paul decidiu sair de Londres para gravar em algum lugar diferente. O resultado foi Band on the Run. O álbum abre com a música tema, que apesar de ter 5 minutos é dividida em 3 partes. A primeira é melódica e suave, relatando como é estar preso em uma sala sem poder ver ninguém. Logo depois temos a entrada de um riff de guitarra e Paul conta o que faria caso consegui-se se “libertar”. O interessante é que nessa parte contamos com uma contribuição acidental de George, na frase “If we ever get out of here”, dita por ele anos antes em uma das diversas reuniões de negócios que os beatles tiveram. Temos um crescendo instrumental e passamos para a última parte, com ritmo upbeat, aonde a banda finalmente escapa e está em fuga, sendo procurada por todos para nunca ser encontrada.

Passamos por “Jet”, um rocker com vocais e baixo notáveis. O álbum então parece dar uma acalmada com “Bluebird”, só depois para voltar a se agitar com o baixo incessante e os “Ho, hey-ho!” de “Mrs Vanderbilt”.

Let me roll it, próxima música do álbum lembra muito o estilo de John Lennon, tanto no riff de guitarra (Cold Turkey, alguém?!) e com os efeitos de “reverb” na voz.
No lado B temos novamente duas músicas calmas (e inspiradas): “Mamunia” e “No words”. Chegamos então a “Picasso’s last words(drink to me)”. A faixa é beeeem interessante, faz referência a diversas músicas do álbum (como Jet e Mrs Vanderbilt) e do meio para o final os membros da banda a cantam como bêbados (!). Pessoalmente é uma das minhas músicas preferidas do álbum, apesar de todas suas, digamos, “peculiaridades”. Fechamos então com a música mais agitada do lado B “Nineteen Hundred and Eighty-Five”, bem McCartney, com um baixo acentuado, ótimos vocais e um piano upbeat dando o tom.

Bem, é isso, chegamos ao final de nosso top 10! Pesso desculpas pela demora. Assim que puder volto com novidades, e possívelmente com uma coluna nova! Até a próxima (e que ela não demore tanto quanto da última vez).

To the toppermost of the poppermost! Pt.1

Olá a todos e bem vindos novamente ao back to penny lane!

Para os leitores que não sabem, eu sou Beatlemaníaco. Mesmo. E logo após os Beatles, minhas bandas preferidas são as da carreira solo de cada um dos fab four.

Para mim é quase que impossível fazer um top 10 de álbuns dos Beatles. Simples, não consigo. Consigo ver a importância e a influência de cada um, a evolução que aconteceu entre cada álbum. Mas não consigo, com algumas poucas exceções, colocar um acima do outro. Me partiria o coração, eu demoraria horas e ainda assim não ficaria satisfeito com minha lista.

Já com a carreira solo de cada um eu não tenho esse problema. Primeiro porque já não são trabalhos do mesmo grupo, DO grupo. Segundo porque eu consigo decidir qual trabalho solo de cada Beatle é melhor.
Sem mais demora, vamos ao top 10!
Mas antes gostaria de avisar que, para não tornar o post muito extenso(e dar um certo suspense), vou publicá-lo em duas partes

#10 – Ringo (Ringo Starr – 1973)

Terceiro álbum da carreira solo de Riiiiingo Starr!!!!!!! E também o meu favorito do ex-baterista dos Beatles (junto com um single ou outro). Não me entendam mal, eu gosto e reconheço a qualidade de outros álbuns dele (como Beaucoup of Blues, Goodnight Vienna, Time takes e os mais recentes Ringo Rama, Choose Love, Liverpool 8 e Y not). Mas este foi o álbum que eu escolhi para entrar neste top 10. Não só por ser ótimo, mas também por um detalhe em especial: Todos os Beatles participaram dele. Não na mesma música, mas todos estão em diversas faixas do álbum, assim como músicos como Billy Preston e Klaus Voormann. John está presente(com George) em I’m the Greatest, que ele mesmo escreveu. Paul está com Linda em You’re Sixteen e em Six’O Clock(escrita por ele). George é o mais presente (como normalmente é nos álbuns de Ringo), estando Photograph (co-escrita com Starr), Sunshine Life For Me (de sua autoria) e You and Me (Babe) (co-escrita com Mal Evans). No álbum, poucas músicas foram compostas por Ringo, sendo a maioria covers ou escritas para ele. Mas Starkey nunca escondeu que não gostava muito de compor, e só bem mais tarde em sua carreira começou a escrever mais músicas. Esse álbum descreve perfeitamente a tendência dos próximos álbuns do baterista. E eu já disse que ele é ótimo?

#9 McCartney (Paul McCartney – 1970)

Primeiro álbum solo de Macca(e eu prefiro ele a Ram, não me matem enquanto durmo, por favor). Não vou falar de toda a confusão que teve sobre a data de lançamento quase conjunta com Let it Be. A princípio é um álbum meio estranho, não ruim, mas difícil de se gostar, apesar de ter faixas incríveis, como Maybe I’m Amazed. Mas o principal mérito desse disco é o fato de ter sido feito somente por Paul. E quando eu digo somente, eu realmente quero dizer SOMENTE. McCartney toca TODOS os instrumentos em todas as músicas do álbum. Baixo? Óbvio! Piano? Claro!! Bateria? Lógico! Guitarra, violão, orgão, vocais, xilofone, violino? Paul tocou tudo. E também produziu o álbum. Em McCartney ele provou ser toda uma banda dentro de um só. E por isso este álbum está na nona posição.

#8 Double Fantasy (John Lennon and Yoko Ono – 1980)

Esse álbum marcou por diversos motivos além de ser bom. Mas o principal foi o fato de ter sido lançado apenas 3 semanas antes da morte de John (ironicamente, este foi o álbum que John autografou para seu assassino no dia que morreu. E o álbum de Chapman foi leiloado e se tornou o disco mais valioso de todos os tempos). A sempre presente influência de Yoko parece ser menos prejudicial neste álbum (apesar da metade das faixas que foram escrita por ela serem beeeeeem mais fracas que as de John). O disco foi gravado depois de um hiato de cinco anos sem gravar (tirado por John para criar seu filho Sean. E depois perguntam porque Julian é perturbado e psicótico…), e é de se imaginar que a mente de Lennon borbulhava de criatividade. O resultado foi esse LP, que mostra o pico da evolução da música do músico após dez anos de carreira solo. As eventuais faixas assustadoras da Yoko não conseguem ofuscar isso.

#7 Tug of War (Paul McCarney – 1982)

Segundo álbum de Paul pós Wings e o primeiro após a morte de John. Inclui faixas com Carl Perkins, Ringo e Stevie Wonder, além de Here Today, música feita por Paul em homenagem a John depois que este morreu. Produzido por George Martin, o álbum é totalmente diferente do “estilo Wings”, sendo quase que nostálgico, com a marca de Martin, já tão acostumado a trabalhar com Paul. Não há muito mais que dizer, excelente álbum, merece a posição número 7.

#6 All Things Must Pass (George Harrison – 1970)

O primeiro álbum solo de George Harrison e considerado um de seus melhores trabalhos. E ele aproveita parte de suas músicas que não foram aceitas pelos Beatles para lançar esse Lp triplo. Que é muuuito bom. Conta com a presença de Bob Dylan, Ringo e do sempre presente Eric Clapton em diversas faixas. E quase todas elas brilham. My Sweet Lord, Wah-Wah, Isn’t it a pity, I’d Have you Anytime, What if Life, Beware of darkness, Apple Scruffs, All things must pass… Eu poderia continuar e citar quase que o álbum inteiro. Algo interessante é que tanto os lados 5 e 6 do vinil são apenas um “Jam” entre diversos guitarristas, resultando em um trabalho de guitarra bem interessante.

E isso encerra a primeira parte do top 10! Em breve (provavelmente ainda hoje) colocarei no ar a segunda parte, então fiquem ligados! Qual será o álbum que receberá a posição número 1? Porque ainda não coloquei nada de Wings? Que outros álbuns entrarão na lista? As respostas em breve!

Random songs #2

Hey, sejam novamente bem vindos ao back to penny lane! Após o fim de ano e diversos contratempos, finalmente estou podendo postar de novo aqui no blog.
E para celebrar tal ocasião, nada melhor que trazer mais um “random songs”!

A primeira música de hoje é a Fragrance of Dark Coffee. Vinda do jogo/graphic novel Phoenix Wright: Ace Attorney (Gyakuten Saiban no Japão), ela é o tema de um enigmático e sarcástico anti-herói. O jogo em si é ótimo, com uma storyline profunda e personagens humanos e cativantes. Mas não estou aqui para falar do jogo, estou?
Existem diversas versões desta música, mas ela sempre teve um “quê” de Jazz, por isso resolvi analisar a interpretação em Jazz “puro” da mesma. Mas os que gostarem e se interessarem, procurem a versão orquestrada e a “Godot’s special blend #9”, vale MUITO a pena.

A música em si é tocada pelo quarteto de jazz simplório: Um piano, um sax, um baixo e percussão. Mas só de começar a ouvi-la é possível perceber que não há necessidade de mais nada. O piano é magnifico, ora sendo o centro da harmonia, ora cedendo lugar ao igualmente incrível saxofone.
A percussão também é excelente, nem um pouco exagerada: cumpre seu papel e dá certa sensação de suavidade a música.
O baixo, no maior estilo jazz, cobre todas as brechas deixadas pelos outros instrumentos com louvor, deixando seu toque único e melancólico.
Aliás, melancólico, essa é uma palavra que pode ser utilizada para descrever essa música. Me imagino ouvindo-a com algum copo de algo quente na mão, olhando pela janela em uma manhã ou noite chuvosa e pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo. Ela consegue nos lembrar sutilmente que a vida, assim como o café, pode ser ao mesmo tempo amarga e doce. Entre os crescendos de piano e sax é possível revisitar, com um sorriso nostálgico nos lábios, tanto memórias boas quanto ruins.
Bem, deixarei que a música fale por si mesma:

A próxima música é o Tema de Silent Hill, outra música de video games. Silent Hill é uma famosa franquia do gênero do horror, conhecida pelo ambiente sombrio, seus cenários perturbados e seu terror psicológico. Vou dar preferência a versão de Silent Hill 1, apesar da de Silent Hill 2 ser também muito boa (e um pouco mais agitada).
Começamos com um peculiar(e um pouco perturbador) dedilhado de violão e banjo. Então, sem aviso, temos a entrada de baixo, guitarra, bateria e teclado, em uma frase totalmente diferente, que persiste por um tempo até o dedilhado inicial se juntar a ela. O crescendo chega a induzir uma sensação de desespero, mas nada que atrapalhe a beleza da mesma (aliás, induzir a uma certa forma de desespero é um dos objetivos principais dos compositores). Curiosamente, se ouvida com atenção, é possível ouvir arquejos e o barulho de respiração pesada, o que contribuem ainda mais para a função “climatizante” dessa música. E, meio que sem aviso, ela termina, deixando uma sensação meio estranha, porém única.

Dando continuidade ao post em estilo upbeat, Tank!, da OST de Cowboy Bebop. Novamente um Jazz, mas muito menos melancólico. É uma faixa bem interessante, que começa com uma breve introdução de diversos saxofones para logo ser acompanhada por uma base de baixo que se segue pela música toda. A música não tem vocais, tirando os logo no começo. O que falar? Não é um Jazz upbeat clássico, mas também não é algo experimental. Pode ser usada tanto como “Lounge music” quanto para descontrair. Não há muito mais o que falar, apenas escute e deixe-se contagiar pela essência da mesma!

Eu iria fechar o post de hoje com “Misty mountain hop”, do Led Zeppelin, mas infelizmente, por algum motivo desconhecido, tudo que escrevi sobre a música sumiu quando fui publicar o post, e nos rascunhos só tenho até a parte em que falava de “Tank!”. Como o post já está no ar, deixarei essa música para o próximo Random songs. Até lá!

Put the red lights out!! #1

Olá, bem vindo ao Back to Penny Lane!

Esse post é um pouco diferente dos que tivemos até agora. O tópico de hoje será músicas ruins, coisas que vocês devem evitar escutar a todo custo.

Para falar sobre tais aberrações musicais, eu terei que fazer o sacrifício de escutá-las diversas vezes. Mas como não gosto de sofrer sozinho, colocarei a disposição de vocês os links para que escutem as músicas também!

A primeira música é Hello Goodbye. Não, eu não me refiro a original dos Beatles e sim ao péssimo cover feito pelos Jonas Brothers (aliás, redundante eu falar que o cover é péssimo, já que essa característica é uma marca registrada de todas as músicas dos Jonas).
Argh, por aonde começo? Sério, sinceramente, POR ONDE COMEÇAR? Sério, a cada segundo que escuto essa música me surgem mais coisas a falar (além de parecer que eu vou morrer aos poucos por perda de sangue devido a uma severa hemorragia em meus ouvidos). Antes de tudo, eu gostaria de pedir minhas desculpas em nome de todo mundo a John, Paul, George e Ringo. Mas sem mais demoras, é hora de eu falar sobre a música certo?

Éééé… eu não estava querendo ser dramático quando disse que não sabia por onde começar. É realmente MUITA coisa a falar.
A música é introduzida por uma bateria totalmente não criativa (meu primo de 3 anos com duas latas de nescau e uma pandeirola faz melhor) e aí começam os vocais.

Eu não tive a vontade ou a paciência para saber qual membro da banda faz o quê, então não tenho como falar quem é que faz esse lead vocal horroroso. Mas eu desejo a ele melhoras em sua lombalgia crônica, suas duas unhas encravadas, e qualquer outra coisa que lhe faça cantar como se estivesse com uma dor extrema. As últimas palavras de cada verso são praticamente cuspidas. E ele é logo seguido pelos vocais de fundo, que parecem ter sido gritados de uma certa distância pelos outros membros da banda. É, talvez seja isso, talvez os outros estejam tão perturbados pela performance vocal de seu companheiro que gritaram a parte correspondente ao backing vocal da porta do estúdio, ao tentar escapar.
Segue-se uma guitarra pavorosa. Não sei como descrevê-la. Não inspirada? Mal equalizada? Só sei que ela é alta demais e se mistura ao caos que é a bateria na música.

Digno de nota é a quantidade de efeitos que foram jogados nos vocais. Isso ou eles estavam alternando entre gravar em um túnel de ar, uma tubulação de esgoto e dentro do grand canyon.

Chegamos ao refrão, e, por incrível que pareça, piora. o lead vocal praticamente canta “hello hellOoOOOoooôoOuU”, com uma desafinada que ele pode até tentar passar como um estilo de canto, mas que de fato, não engana ninguém.
Pode ficar pior? Pode. Verifique “looowwwrrrr” do outro membro da banda no segundo “0:28”. E nem falarei do “OHHHHH NOOOOOOooo” proferido pouco depois, já foi traumático demais ouvi-lo.

Chegamos a um riff de guitarra que tenta se passar por pesado, palmas sem efeito ALGUM já que o riff rouba qualquer expressão que elas poderiam ter. E a parte do “why why why do you say…” é também cuspida (e com uma entonação extremamente homosexual), com uma palavra atropelando a outra e se assemelhando a um “whawhawhawha do you say…”.
É, bem, temos repetição ad infinitum, eu já posso fechar o youtube e ir embora certo? Vou contar com que eles tenham violado ainda mais a música dos Beatles e ignorado o fim…

Mas isso seria legal demais não? Isso, eles não o fizeram e a partir do 1:30 entra a parte que fecha a música, com um “hela, heba helloa” surrurado de forma quase pederasta no microfone, um teclado fingindo que participa e efeitos que NÃO TEM NADA A VER COM QUALQUER COISA ATÉ AGORA NA MÚSICA. Se a banda fosse do tipo que cria e inova, até tinha uma desculpa, mas esses efeitos estão lá para NADA. Ou talvez estejam lá para tentar massagear nossos ouvidos depois desse desastre que acabamos de ouvir.
De qualquer forma, aí está Hello Goodbye pelos Jonas Brothers!
(Não) Aproveite!

A próxima música é Mr. Brightside pelo McFly. Enquanto não conheço muito bem a original do The Killers, me informaram que essa versão feita pelo McFly era excepcionalmente ruim. Eu ouvi. E cheguei a conclusão que é verdade.
Tenho que admitir que a abertura com a guitarra é até legal… Até se tornar TERRIVELMENTE repetitiva. E começa o vocal. Céus… O vocalista começa a cantar e parece não parar nunca. Sério, as palavras praticamente atropelam uma a outra.

Apesar de não ter nada relacionado a música, gostaria de apontar em como a foto no segundo “18” do vídeo denuncia as tendências homosexuais da banda.

De volta a música, entra uma bateria que parece não marcar tempo e só fazer barulho. Uma segunda guitarra entrada entra também, com um som mais pesado e muito pior.

Mas espere, o vocalista ainda está cantando! Ele não fez uma pausa para ar em 40 segundos de música. Como?! Sério, o que essa cara está fazendo no McFly?! Ele deveria estar competindo com o Phelps na natação ou então tentando quebrar o recorde mundial de maior tempo embaixo d’água sem respirar, porque com esse fôlego… (E a propósito, ele não teria praticamente risco algum de dano cerebral ao tentar quebrar o recorde. Acho difícil o cérebro conseguir ficar pior do que já está).

Seguimos no que acho que é o refrão da música. Prender o ar por tanto tempo parece que fez mal ao vocalista, já que ele agora quase que engasga para ligar um verso ao outro. E as alterações de tom são extremamente perceptíveis, a voz dele engrossa do nada para afinar de volta ao nível gay que ele tinha mantido até então. E reparem como ele pronuncia “eager”. Sério… Inglês é realmente a língua nativa dele? Se não for, peço desculpas.

Temos um solo básico de guitarra então usado como filler para voltar aos versos. Solo simples, não muito criativo, daria até pra ter alguma relevância se A DROGA DA GUITARRA BASE NÃO ESTIVESSE MAIS ALTA QUE A GUITARRA SOLO!!!!!!!

Temos uma repetição das palavras atropeladas. O que até é bom, da a sensação que a música vai acabar mais rápido….
E em um infeliz momento percebo o baixo martelado e repetitivo ao extremo (isso, martelado, não há outra palavra para descrever).
Po, vamos lá, o baixo é muito mais importante do que isso, não o relegue a uma posição tão vergonhosa!
Fechamos a música(graças a Deus) com uma guitarra um pouco diferente(e um pouco melhor), com o baixo reforçando os tempos fortes e com o vocal desastroso(“I neveeeerrrrrrr, OhhhHHHh, AHhhHHHhh”).

É, encerramos o post de hoje! Você deve estar perguntando “Com apenas duas músicas?!?”
Sim, isso é tudo que minha sanidade dá conta.
Até a próxima!!

Random songs #1

Olá, bem vindos novamente ao BtPL! Depois da “pequena” análise de Sgt Peppers, quero inaugurar uma nova coluna, a “Random songs”, aonde comentarei e recomendarei algumas músicas, de diferentes gêneros. Para facilitar a vida de vocês, caros leitores, depois de cada música colocarei o respectivo link de youtube desta, para que possam ouvir de forma prática e sem precisar procurar muito.

A primeira música que eu gostaria de falar sobre é “I’ve heard through it the grapevine”, mais especificamente na interpretação do Creedence Clearwater Revival. Nada contra a original de Marvin Gaye, que é um soul com um groove bem legal, vocais de fundo que combinam com a voz de Marvin, e tudo mais.
Mas o Creedence consegue transformá-la em um rock sólido, que consegue ser relativamente upbeat e e ainda assim não perder o toque do original. A música é feita ao melhor estilo Creedence, clássica, com os irmãos Forgety na guitarra. A duração passa de 3:41 para incríveis 11 minutos. Isso se dá pelos diversos solos de guitarra encaixados durante a música (Clapton feeling?).

A letra da música é basicamente um homem confrontando sua namorada/mulher, ao descobrir que está irá trocá-lo por outro. A tortura e confusão pela qual o sujeito está passando são quase que palpáveis. Podemos dizer que há um quê de Bob Dylan nela.

A bateria está excepcional na faixa. Complexa, porém não exagerada, forte, compassada, perfeita tanto para os solos quanto para a parte vocal.

Falando no vocal, John Forgety o faz de forma soberba. Consegue cantar de forma meio que torturada, absorvendo a letra, mas sem torná-la um lamento. Só ouvindo para entender

O baixo faz sua parte, sem estar alto nem baixo demais. Mas o destaque mesmo vai para as guitarras. São ótimas tanto durante a parte vocal quanto nos solos, sendo esses últimos criativos e não muito repetitivos, apesar de sua longa duração.
Ótima música, não deixem de escutar!

A segunda música de hoje é Eyes on me de Faye Wong. É o tema principal de Final Fantasy VIII. Sim, é uma música de um jogo, e nem por isso ela é ruim ou repetitiva, muito pelo contrário. A música é uma balada composta por voz, flauta doce, piano além de uma parte instrumental, um cravo, bateria(e outros intrumentos de percussão). A princípio, ela pode ser descrita por uma palavra: “suave”. O arranjo dos instrumentos ficou ótimo, sem mudanças bruscas ou inesperadas, dando espaço para Faye e sua voz.

A melodia na música, apesar de relativamente bonita, não foge do padrão, o que realmente desequilibra e faz a música passar de “boa” para “ótima” são dois fatores. O primeiro deles é a letra, linda, bem estruturada. Não falarei mais nada sobre esta e deixarei que vocês vejam por si mesmos.
O segundo fator é o vocal de Faye, que consegue ser suave e ao mesmo tempo forte, dando o tom que a música precisa. Também não comentarei mais nada sobre este.
Essa música também possui uma versão em piano, sem vocais, e outra cantada por Angela Aki, aonde o tempo é aumentado e a música se transforma quase em um Jazz. Ambas as versões merecem uma conferida, pesquise no youtube, são fáceis de achar.
Por ora, a versão original da música:

Para fechar o post de hoje, virou moda cada um ter sua banda de Myspace preferida. No meu caso, ela seria o The Solids. E a música que eu gostaria de apresentar deles seria Hey Beautiful. Ela foi especialmente feita para a abertura do seriado “How I met your Mother”(aliás, seriado incrível, baixem se puderem, recomendo). A música tem uma linha de bateria bem legal, um riff de guitarra interessante e um teclado participativo. Vocais ótimos também, que vão crescendo até chegar ao refrão e depois voltam ao ponto de partida. Letra legal, com algumas frases dignas de nota. É a música perfeita para se preparar para uma noitada ou lembrar (ao menos tentar hahaha) de uma. É fácil associar momentos épicos com ela, que, dependendo de quem a ouve, pode virar quase um grito pela diversão.

No final, ainda temos o “Papapapaaa” da abertura do seriado!

Fechamos então o primeiro Random songs, com três músicas de estilos completamente diferentes: I’ve heard it through the grapevine, Eyes on me, e Hey Beautiful

Espero que gostem (e que escutem as músicas!). Até a próxima!!

Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band – Análise

Bem, olá a todos! Bem vindos ao Back to Penny Lane!
Aqui falarei sobre música em geral e mais algumas aleatoriedades. Pretendo manter o blog atualizado quando possível, sempre trazendo uma análise sobre algumas músicas ou um álbum, impressões pessoais sobre o mundo da música, notícias e, quando possível, dar uma alfinetada nas pseudo bandas que temos hoje em dia.

Bem, colocando as apresentações de lado, para abrir o Blog com chave de ouro, nada melhor do que começar fazendo uma análise do álbum que é considerado o melhor de todos os tempos: Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band.
I hope you will enjoy the show!

O álbum foi gravado pelos Beatles e lançado em junho de 1967, seguindo o revolucionário Revolver (lançado em 1966). Juntamente com Revolver, marcou o fim da era de shows ao vivo dos Beatles, e deu sequência a fase de experimentação no estúdio da banda. Começou a ser gravado em Dezembro de 1966 e somente 129 dias após foi concluido. O período de duração das gravações, apesar de a princípio parecer banal, é mais uma evidência de algo que somente os Beatles conseguiriam na época: em um período aonde os músicos eram pressionados sempre por prazos das gravadoras, os 4 de Liverpool trabalhavam livremente e sem a pressão do tempo. Prova disso foi a total “adaptação” dos horários do estudio, com as seções começando no início da tarde e frequentemente indo até de madrugada.

Sargent Peppers não é considerado o maior álbum de todos os tempos a toa. Ele popularizou o conceito de “concept album”, um album unificado em volta de um tema. A idéia foi tida por Paul McCartney ao voltar de uma viagem da França: ao olhar um pote de sal e outro de pimenta (salt and pepper), lhe veio na cabeça as palavras Sargent Peppers. E aí surge a idéia: Os Beatles estavam cansados da Beatlemania e das turnês(tanto é que depois de ’66 se recusaram a participar de outros shows ao vivo e declararam ter se tornado uma banda de estúdio). Mas e se, durante um álbum, eles não fossem os beatles? E se eles fossem os membros de uma nova banda, a “Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band”?
A idéia foi bem recebida pelos 3 companheiros e as gravações começaram.
O álbum é considerado revolucionário por muitos motivos. O primeiro deles foi a arte dele: A capa é uma montagem de fotos de pessoas famosas na época(incluindo até mesmo as estátuas de cera dos próprios Beatles) com John, Paul, George e Ringo vestidos com as icônicas roupas de Sgt Peppers. A parte de trás do álbum trás as letras das músicas, algo até nunca antes feito em um álbum.
A lendária capa de Sgt Peppers

A parte interna do álbum traz uma foto da banda além de um encarte em papelão com alguns “corte e cole” de sgt peppers(o grupo queria dar lápis, e medalhas temáticas como brindes, mas isso encareceria muito o álbum.

Mas aonde o álbum realmente revoluciona é em sua execução: O álbum tem uma progressão perfeita, com uma música evoluindo para outra de forma extremamente espontânea. Os avanços dentro do estúdio promovidos devido a própria criatividade dos Beatles tornam o álbum único. Na época, haviam apenas 4 canais de áudio para a gravação, mas os fab four sempre precisavam de mais. Para isso, os engenheiros de som aplicavam uma técnica chamada “Bouncing Down”, aonde eles gravavam nos 4 canais, juntavam a gravação e colocavam a fita em outro gravador de 4 canais, deixando 3 canais livres para outros sons. Algumas músicas sofriam esse processo diversas vezes. O uso do “Direct input” (técnica aonde o instrumento era ligado diretamente a mesa de gravação ao invés do som ser captado de microfones posicionados perto dos amplificadores, algo que fez grande diferença, especialmente no som do baixo), da chamada “Automatic double tracking” (aonde se utilizavam gravadores para criar duplicar o som instantaneamente, especialmente útil para ter-se um efeito mais impactante na gravação de vozes, técnica inventada especialmente para os Beatles) e do uso de idéias e instrumentos não convencionais pelos próprios Beatles (A voz de John saindo pelo sistema de som de um orgão e a cítara de George, alguém?). Aumentar ou reduzir a velocidade das gravações levemente também foi um recurso utilizado (como por exemplo, no fundo de Lucy in the Sky with Diamonds), além de, claro, gravações tocadas ao contrário.
O álbum fez uso em diversos momentos de sons orquestrados(mais notoriamente perceptível no crescendo da orquestra de A Day in the Life)
Algo interessante a se notar é que ainda na época, o mono era o tipo de som dominante. O álbum foi mixado tanto em mono quanto em stereo, tendo algumas diferenças em ambas as versões. A versão em mono está esgotada a tempos em vinil(e eu como Beatlemaníaco tenho um exemplar), mas foi relançado em CD remasterizado(no dia 09.09.09, blablabla, a maior parte já conhece a história).
Foto presente na parte interna do álbum

Durante o período de gravação, além das músicas do álbum também foram gravadas “Strawberry Fields Forever”, “Penny Lane” e “Only a Northern Song”(as duas primeiras lançadas em um single e depois presentes no álbum “Magical Mystery Tour” e a última, escrita por George, ficou esquecida até ser lançada em 1969 no álbum “Yellow Submarine”).

Eu poderia ficar o dia inteiro falando dos avanços e revoluções trazidos por Sgt Peppers(sem falar na recepção do público e da crítica, que, aliás, foi excepcional, tendo Sgt Peppers vendido horrorres, ganho 4 grammy’s e estado na primeira posição por diversas semanas), e não conseguiria acabar. Então irei prosseguir, analisando música por música este estupendo álbum.

O álbum abre com um público conversando e o barulho de uma orquestra afinando seus instrumentos: É o começo do show da Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band. Logo em seguida, ocorrem o riff de guitarra que dá início a primeira música do álbum do mesmo título deste. Escrita por Lennon/McCartney(mais por McCartney, mas como sempre creditada a ambos. Aliás, todas as músicas do álbum são Lennon/McCartney, tirando Within you without you que é de Harrison), é uma música que “explica” a história da banda e aonde eles se dirigem ao público, desejando que eles “aproveitem o show” e falando como “é ótimo ter todos ali”. Uma música razoavelmente upbeat, com uma letra e uma melodia bem agradável, daquelas que ficam na cabeça, perfeita para abrir o álbum. O vocal principal é de Paul, com John na harmonia vocal, George na Guitarra e harmonia vocal e Ringo na bateria. Logo ao fim da música, é anunciado a nós o número de Billy Shears, o lider da banda, e ele é…

Ringo, que começa a cantar With a Little Help from my Friends!(Aliás, Ringo lider de alguma coisa? Que bela surpresa!).
Bem, brincadeiras a parte, a transição entre ambas é feita de forma perfeita e natural, quase como se cada música fosse uma só(aliás, eu cheguei a mencionar que Sgt peppers revolucionou também por não ter pausas entre as músicas e uma se encaixar na outra?). É uma música beeem agradável, escrita especialmente para Ringo, é a participação do baterista como “lead vocal” no álbum. Com uma letra que trata de um tema relativamente simples, porém extremamente bem estruturada, essa música pode ser considerada quase um marco na cultura pop(além de ter virado nome de milhares de álbuns de orkut. Não, nada contra isso, só comentando!). Certos momentos da música são quase em forma de conversa, aonde os outros membros da banda cantam uma pergunta e Starkey(o quê? Você realmente achava que o sobrenome dele era Starr?!) canta a resposta. A melodia é excelente e bastante memorável, imortalizando, juntamente com a letra, a música. Bela, Starr toca bateria, tamborins e canta, Paul toca baixo e piano além de fazer a harmonia, George apenas toca a lead guitar, John toca um sino(?) e faz a Harmonia e o produtor, George Martin, toca orgão. Existe uma parte da letra que foi mudada a pedido de Ringo (em vez de ser walk out on me seria throw tomatoes at me) pelo medo dele de em uma possível apresentação ao vivo no futuro realmente atirarem tomates nele.
A parte de trás de Sgt Peppers

Prosseguimos com Lucy in the Sky with Diamonds. Não vou falar da polêmica sobre drogas(que aliás, é inexistente, sendo uma amiga de escola do filho de John, Julian, a inspiração para a música), senão tomaria muito espaço. Me concentrarei mais na parte musical. Escrita quase que só por John(mas creditada como sempre), essa música é quase como um ode ao psicodélico. Escutá-la é como sonhar acordado. A letra, a princípio meio que paradoxal e non-sense, realmente nos faz sentir em um sonho, ainda do jeito que ela é cantada e com os efeitos aplicados. Algo digno de nota é a progressão do baixo durante a música, com algumas notas meio que espalhadas durante a parte mais “dazing off” da música, para depois pontuar as palavras de John(como em “cellophane flowers of yellow and green”) e mais tarde, no refrão, virar um dedilhado estremamente cativante. A bateria, apesar de não ser complexa, faz o seu trabalho e cumpre o papel de transitar a música para o refrão. John faz o vocal principal, Paul toca teclado e baixo, George guitarra e Tamboura(um instrumento de cordas indiano, como a cítara) e Ringo bateria. Na segunda parte(mais precisamente no refrão) há a adição de trompetes de violãocelos, sem contar com bongos, maracas,etc…
Escutar essa música e fechar os olhos torna possível que quase consigamos entrar em um transe, que quase possamos sentir e ver o ambiente surreal descrito por John. Excelente música, sem mais.

Após o fade out de Lucy, voltamos ao upbeat com Getting Better. Música baseada em uma frase frequentemente dita por Jimmy Nicol(baterista que cobriu a Ringo na turnê pela austrália, quando este último estava com amidalite), tem um piano especialmente memorável. Mas na realidade ele não foi tocado de forma convencional: George Martin usou um martelo para bater repetidamente nas cordas de um piano, provocando o som que escutamos no álbum! A música pode ser considerada com um tema otimista ou pessimista(John + Paul, quem é responsável pelo pessimismo e quem pelo otimismo? Não é difícil descobrir), apenas depende do ponto de vista. Paul faz o vocal principal, mas volta e meia John entra para dizer “It can’t get no worse!”. Os acordes progridem de uma forma bem “beatle”, a linha de baixo traz a marca de Paul, com algumas distorções e fechando os espaços da música perfeitamente. A bateria é consistente, perfeita para uma música assim. Mas o destaque mesmo vai para o vocal. Paul faz um ótimo solo, mas John e George nos harmônicos são quase que perfeitos. No refrão, cada um dos três canta “Better”, sustentando as vozes e dando a impressão de um crescendo quando os diferentes tons se juntam em um só. Fantástico.
Sgt peppers cut and paste

Chegamos a Fixing a Hole. Outra música que pode ter certa alusão a drogas, é uma contribuição psicodélica de Paul ao álbum. O baixo dá o vibe a música e o cravo torna ela única. A guitarra de George também dá um tom especial a música em diversas partes, sem contar com um solo que se encaixa de forma perfeita a composição. John faz apenas o backing vocal(que George também faz). A música vai progredindo aos poucos, e tem seu tempo aumentado no fim. Tanto a melodia quanto a letra levam a um sonhar acordado(mas menor que em Lucy).

Em She’s leaving home apenas Paul e John participam. É uma das poucas músicas dos Beatles aonde nenhum deles toca nenhum instrumento. O som se dá através de uma orquestra, e o arranjo é magnífico. A música com contribuições iguais de Paul e John relata a fuga de uma garota de casa. Enquanto Paul canta as ações da garota e dos pais ao descobrirem que ela fugiu, John canta como se fosse os pais, se perguntando do motivo da fuga da filha. Vocais excepcionais, se encaixam perfeitamente um no outro, nada mais a dizer.

Being for the benefit of Mr Kite! é a música que fecha o lado A do álbum. Foi escrita por Lennon com inspiração em um cartaz de um circo que ele comprou. E John realmente conseguiu captar o clima de um circo: é quase possível sentir a textura da serragem e o cheiro de feno na música”. O baixo e a bateria contribuem para formar uma melodia circense e transportar o ouvinte literalmente para o picadeiro. A letra narra as atrações de um circo e os truques de Mr Kite, o mágico e principal atração. Cativante, e única, fecha em grande estilo o A side. John no orgão, vocal e piano, Paul no violão e baixo(além da gaita), George em tamborins e gaita, Ringo na bateria (e gaita). A música fez o uso de loops de som utilizando fitas(inovação no estúdio, etc)

Os beatles em Sgt Peppers. Não, não tenho idéia de porque Paul está com o chapeu do Ringo

O lado B do disco é aberto com Within You Without You, única música de George no álbum. É possível perceber logo de cara a influência da música indiana. George é o único Beatle a tocar nessa composição, aonde faz uso da cítara. A letra é quase um mantra indiano, mas digna de destaque, por mais não convencional que pareça ser. Pelo caráter diferente dessa música, é considerada por alguns como a mais fraca de Sgt Peppers, mas o arranjo de cordas, a habilidade de George e a sensação que ela passa, quase que uma preparação pro lado B, a tornam indispensável para o álbum, em minha opinião.

A seguir temos When I’m sixty-four (SIIIIIIIXTYYYYY-FOUUUUUUUUUUURRRRR. Ok, sem mais referências a cultura gamer, de internet e a nintendo). É basicamente uma música que relata o envelher juntos, cantada por um jovem a sua namorada. Impressionantemente, foi quase que toda escrita durante o período do “The cavern” dos Beatles. É cheio de referências a velhice e coisas que fazemos quando velhos e aposentados. O baixo é simples, mas agradável e combina com a música. O piano é bastante cativante. Já a bateria consegue dar o clima e o tempo a música, sem atrapalhar a suavidade com que Paul canta. Há clarinetes, George está restrito apenas a harmonia vocal(juntamente com John, mas este último toca violão). Paul faz o vocal principal. A letra progride de forma esperada, sem sustos, e é bastante agradável de se ouvir. É uma música para se ouvir em uma tarde preguiçosa, ao se pensar sobre a vida.

Vamos então para Lovely Rita, outra música de Paul. Eu gosto demais dessa música. Tem o baixo bastente consistente(e beeem McCartney), o próprio Paul na voz principal, baixo e piano(cantando extremamente bem como sempre), Ringo na bateria(dando o tempo com seu estilo característico) e John e George nos vocais Harmônicos e guitarras(o de sempre, John na rítimica e George na principal, apesar de George também ter tocado violão com John na música). Depois de várias músicas sem a formação costumeira, essa caí como uma luva. A inspiração para a música foi uma guarda de trânsito que multou Paul após este ter estacionado em local proibido em Abbey Road. A letra descreve as constantes investidas de um homem apaixonado por uma guarda de trânsito e suas tentativas de chamar ela para sair. É presente um pouco de ironia e a música no geral é bem upbeat. No fim, vários sons, rosnados(e sei lá o que mais) culminam com uma descida no piano, que dá fim a música.

George e sua cítara

Logo após temos o cantar de um galo que dá origem a Good Morning Good Morning. O que dizer sobre essa música? Primeiro, John se inspirou em um comercial de sucrilhos para criar ela. Isso mesmo SUCRILHOS. Mas ela certamente é digna de nota. Primeiro que a bateria é impressionante. Forte, com drum fills bem “encorpados”, rápida, complexa. Palmas para Ringo!
Segundo pela letra. Totalmente irônica, relata quase que um dia dia, é impossível não se indentificar com alguma parte dela. O dia começa ruim e vai melhorando, relata a letargia da manhã e o trânsito do fim de tarde. Progride de forma rápida, mas coerente. John certamente faz seu trabalho nos vocais. O tempo da música muda toda hora, mas de forma marcante, só escutando para entender.
Terceiro que tanto o baixo e a guitarra progridem juntamente com a música e dão o tom a música.
Outra música aonde estamos de volta a formação original(apesar de Paul tocar baixo E guitarra e de termos trombones, saxofones, etc).
Ao final da música temos diversos sons de animais(John quis que o próximo animal conseguisse ou devorar ou assustar o anterior), terminando com o cacarejo de uma galinha, que acaba virando a guitarra do início de…

Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band(Reprise) Voltamos a canção que abre o álbum, mas dessa vez ela tem início com um riff de guitarra bem característico(após o 1,2,3,4! e o aleatório Bye! de John) e está bem mais upbeat, com o tempo bastante aumentado em relação a original. Tanto John, George e Paul cantam ao mesmo tempo e dividem o vocal principal. Tanto a guitarra como a bateria estão mais presentes nessa versão. Mas aqui, ao contrário da primeira, eles se despedem do público. Ela também é extremamente curta e seu fim leva a última música do álbum.

A day in the Life 13a música do álbum é também a que o fecha. Começa com John tocando violão e logo depois Paul se une a ele no Piano e baixo(gravados separadamente, logicamente). A música tem uma progressão única e beira a perfeição. É composta de duas partes de John e uma de Paul, que nada tem a ver entre si, mas se juntam perfeitamente após um psicodélico crescendo da orquestra. Liricamente a música é perfeita. Harmonicamente também. Desculpe, a redundância e a repetição, mas não existe melhor palavra para descrever essa música. Primeiro John relata um acidente que leu no jornal(baseado em um acidente de uma amiga de Paul e John). Depois John melancolicamente fala sobre um filme e encerra dizendo “I’d love to turn you on”. A quantidade de coisas que poderiam ser interpretadas só nessa parte é incrível, o mostrando a complexidade da letra. Temos então um crescendo instrumental(foi contratada uma orquestra de 40 intrumentos para essa música [!]) e subitamente soa um despertador, que era para marcar que Paul devia entrar com o vocal um tempo depois. O despertador acabou sendo incluido na música por combinar com a parte de Paul, que fala de uma pessoa que acorda atrasada pro trabalho, relatando sua rotina de manhã na correria. É bastante upbeat(com um piano que se encaixa perfeitamente) e contrasta drásticamente com a parte de John, até o trabalhador “fumar um cigarro, ouvir alguém falar e entrar em um sonho”. Temos então uma seção instrumentala acompanhada de vários “Ahh’s” de John. Voltamos então a parte de John, similar a primeira, mas instrumentalmente diferente, com violão e bateria mais acentuados. Ela é novamente fechada com o “I’d love to turn you on”, há uma contagem quase inaudível de 1 ao 20 juntamente com um novo crescendo da orquestra que é subitamente interrompido por um acorde de Mi tocado simultaneamente por John, Paul, Ringo e Mal Evans(Road manager e amigo dos Beatles) em 3 pianos diferentes. O acorde é sustentado durante mais de 30 segundos e é considerado o mais famoso da história.
Mas não acabou, depois de segundos de silêncio temos um chiado de alta frequência que só pode ser ouvido por cachorros(porque os Beatles queriam incluir algo para os cachorros também no álbum!) e uma sequência de non-sense da festa de lançamento do sgt peppers que foi gravada e reproduzida ao contrário continuamente. Motivos? Nenhum aparente. Mas eles são os Beatles, eles não precisam de motivos. E assim chegamos ao fim de Sgt Peppers.

Tenho de concordar com quem afirma que ele é um dos melhores álbuns de todos os tempos, mas não pelas músicas no individual(apesar de serem todas ótimas), mas pelo álbum como um todo, pela composição, pela progressão das músicas, pela revolução no som e pela qualidade impecável de todo o álbum no geral. Se ele chegou ao status de ícone, não é por pouco. Depois dele, o mundo da música nunca mais seria o mesmo. Minha opinião é de que, apesar de ser ótimo escutar as músicas do álbum individualmente, melhor ainda é escutar o álbum em “uma sentada só” como ele foi feito para ser escutado. Se você ainda não ouviu o ouviu todo e em sequência, recomendo que o faça, não vai se arrepender, eu garanto. A experiência é única.

E assim também chegamos ao fim do meu primeiro post e da minha primeira análise. Peço desculpas pelo tamanho, mas acho que se eu escrevesse menos não faria justiça a esse magnífico álbum. Espero que tenham gostado, investi bastante tempo nisso.
Vejo vocês na próxima!
Beatles